segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

MISC Moderação de Tráfego

Os estudantes falam sobre projeto na UFSC

"Olá, sou aluno do mestrado no PósARQ na área de planejamento urbano e faço aqui algumas contribuições com relação ao projeto apresentado. Gostaria de iniciar dizendo que a facilitação da circulação de veículos na região não soluciona os problemas de mobilidade enfrentados pela comunidade, já que o número de veículos certamente será maior, com uma piora significativa em relação à falta de vagas de estacionamento no campus e a ocupação de áreas 

verdes e calçadas, que hoje já causa transtornos longe de serem resolvidos. Enquanto no mundo se discute medidas de desestímulo ao uso do automóvel e a moderação de seus impactos, estamos falando de um projeto que amplia ainda mais o espaço dedicado aos automovéis, sem nenhuma menção de melhorias no transporte público (linhas, horários, pontos de ônibus decentes) e na moderação e fiscalização do trafego no local."
+
"1. Considero que deve-se mudar o acesso pela entrada de Pantanal (acesso à reitoria). Sugiro colocar um semáforo, ou pelo menos quebra-molas. Nesse cruzamento tem-se acidente tudo dia. Principalmente pela irresponsabilidade e alta velocidade dos motociclistas.
2. O número de vagas de estacionamento é reduzido se comparado com a quantidade de carros que pretendem estacionar na Universidade diariamente. Deve-se aproveitar e reformar os estacionamentos que a Universidade tem hoje em dia. Talvez criar um tipo de controle aos estacionamentos para estudantes, já que para professores e servidores já tem. E desta maneira deixar alguns estacionamentos só para visitantes, também.
3. Este problema de estacionamento, pode ser solucionado em parte, por uma melhora na infraestrutura para BICICLETA. A Universidade como 'berço da sociedade produtiva', deveria incentivar o uso da bicicleta nos seus estudantes, servidores e até professores. Isto irá ter grandes repercussões na sociedade, mudando-la de tal maneira a diminuir o uso do carro e das, perigosas, motos. E ao mesmo tempo, uma cobrança cada vez maior aos órgãos públicos para melhorar a infraestrutura de ciclovias e estacionamento"
+
"Há a necessidade de mais linhas de ônibus para o campus. É incompreensível um estudante ter que fazer todo o seu curso (5 anos) sendo obrigado a ir de pé todas as viagens, porque não são disponibilizadas linhas que partem com menos passageiros de outros pontos. Quem sobe no final da Agronômica e todo o percurso da Trindade pela Delminda Silveira e Lauro Linhares tem que fazer todo os dias do ano o percurso de pé!!!!!!!
A discussão de alteração das rótulas TEM POUCA OU NENHUMA INFLUÊNCIA para a maioria dos 
estudantes que dependem de ônibus, ou será que A MAIORIA SE DESLOCA DE CARRO PARA UMA 
UNIVERSIDADE PÚBLICA, OU PIOR, A UFSC TRABALHA NESSA PERSPECTIVA????"




***



"Heloísa Barbosa afirma que iniciativas adotadas pela Universidade têm reflexos positivos no restante da cidade, por ser uma Instituição “espelho”. Em sua opinião, o uso de um meio de transporte sustentável e não poluente pode estimular esse hábito “também lá fora”. Contudo, a professora destaca que são necessárias mudanças mais profundas de hábitos, acompanhadas de iniciativas concretas como plano de mobilidade para a cidade e melhoria do sistema público de transportes.


A conexão entre as condições de transporte dentro e fora do campus amplia a complexidade das medidas que a Universidade deve tomar para oferecer à comunidade um ambiente de boa convivência. “Trânsito congestionado e disputa por vagas de estacionamento são situações estressantes que o projeto Bocados de Gentileza quer ajudar a reduzir ou eliminar”, relata a pró-reitora adjunta de Administração, Eliane Ferreira.
(...)
Enquanto mudanças globais não vêm, a Universidade prepara-se para adotar dispositivos e intervenções que estabeleçam ordem de preferência nos deslocamentos dentro do campus. Na opinião da professora Heloísa Barbosa, a prioridade deve ser para pedestres, ciclistas e transporte público. “A ideia é não estimular o uso de automóvel dentro do campus nem investir mais em estacionamentos. “Se oferecêssemos mais vagas, haveria demanda maior do que a oferta. É fundamental adotar estratégias alternativas, como o compartilhamento de veículos, por meio das caronas e o uso de bicicletas”, diz a pesquisadora.

Outros caminhos

Se as condições para pedalar são difíceis fora do campus, as ruas internas recobertas por paralelepípedos e as subidas íngremes também não podem ser consideradas um estímulo à prática do ciclismo, comenta Emanuelle Ferreira. “Não há uma estrutura física que incentive o uso das bicicletas. Vejo isso com pesar, pois o campus é bem grande e nem sempre as escalas de horários dos ônibus internos atendem às necessidades de deslocamento”, diz a aluna de Teatro.

Heloísa Barbosa concorda que as vias usadas pelos veículos motorizados são inadequadas para o ciclismo, mas sugere o uso de outros caminhos, como os aceiros e as trilhas criados por pedestres. “Não se deve usar necessariamente o trajeto das ruas. Há muitas passagens arborizadas, com sombra e fora do contato com automóveis, que podem ser adotados”, diz a professora. Além da introdução de medidas de incentivo ao ciclismo, o estudo de sua autoria propõe a melhoria na mobilidade no campus com a adoção de estratégias de reformulação do sistema de circulação; aplicação de medidas de moderação de tráfego e padronização das existentes; melhorias para a operação do transporte coletivo; e definição de política de estacionamentos.

Outra opção é a carona organizada. A iniciativa, organizada há dois anos pela Empresa Júnior Emas Consultoria, vinculada à Escola de Engenharia, já cadastrou mais de dez mil usuários. O site www.caronasufmg.emasjr.com.br aceita alunos e funcionários com endereço eletrônico provido pela Universidade. Os usuários fornecem informações que possibilitam cruzamento de interesses. Segundo os responsáveis pelo projeto, a iniciativa proporciona segurança a muitos motoristas, que deixam de oferecer caronas por não ter referências de quem pede."


***


"A necessidade – e a oportunidade - de uma reforma obrigatória na estrutura institucional do Poder Público (...) traz consigo a chance da adoção de soluções técnicas que diminuam os impactos negativos registrados no setor de transportes. Dentre as novas ferramentas de planejamento e operação do transporte e trânsito que têm sido empregadas nos países desenvolvidos, mas ainda são minimamente utilizadas no Brasil, está a técnica denominada traffic calming, que pode ser traduzida como moderação de tráfego.

Diversos exemplos de aplicação da moderação de tráfego demonstram o sucesso na sua utilização em vários países do mundo, especialmente nos países desenvolvidos. Uma das soluções para mitigar os impactos negativos do trânsito no Brasil pode estar justamente na aplicação da moderação de tráfego. Os exemplos demonstram que a técnica é utilizada em outros países (EUA, Inglaterra, Holanda, Austrália, Canadá e Itália, dentre outros) para combater problemas de excesso de velocidade, o tráfego indesejado de veículos em certas áreas, a desobediência aos sinais de trânsito, a falta de condições seguras para pedestres e ciclistas e os problemas ambientais, entre outros.

Todos esses problemas fazem parte dos desafios que devem ser enfrentados nas vias urbanas e rodovias do Brasil. Se esta técnica é sucesso do exterior, por que razão ela não vem sendo aplicada no Brasil, que possui tantos problemas de engenharia e segurança de tráfego?"


"Jacobs (1992) demonstra a inadaptação das cidades ao crescente uso do veículo em detrimento dos deslocamentos a pé, considerando o automóvel como um potente “destruidor de cidades”. Segundo ela, a proliferação dos automóveis como meio de transporte individual levou as cidades a transformarem o seu espaço público anteriormente destinado aos pedestres em áreas de circulação e estacionamento dos novos veículos. A este processo a autora denominou erosão das cidades. Num processo autoalimentado, quanto mais espaço se criava para atender ao crescente uso do automóvel, em detrimento das atividades normais da cidade, com desapropriações de elementos que são parte integrante da vida da cidade, mais automóveis surgiam, atraídos por essa nova disponibilidade de espaço. Por consequência, mais espaço se demandava para sua circulação e assim por diante."

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Novo campus da Universidade Federal de Uberlândia terá 2,9 milhões de m²

Original: Pini WEB
Projeto arquitetônico do Campus Glória foi criado por uma equipe da instituição, com consultoria do escritório Spadoni e Associados. Ao todo, 14 edifícios serão construídos até 2030


Gustavo Jazra

O planejamento do novo campus da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), cidade localizada no triângulo mineiro, começou a sair do papel no ano passado. Atualmente, três edificações multiuso estão sendo construídas - representando uma área de 16 mil m² -, outras quatro já foram planejadas e mais 10 projetos estão em andamento. O projeto do Campus Glória, como foi batizado, começou a ser desenvolvido em julho de 2010 por uma equipe interna da própria universidade.


Divulgação: UFU
Centro de Engenharias


O terreno de 2,9 milhões de m² receberá centro de convivência, biblioteca, restaurante universitário, bloco administrativo, centro de convenções, complexo esportivo, centro de pesquisas e edifícios multiuso. Além disso, o projeto ainda prevê um novo Complexo de Ciências Agrárias e da Terra, moradia estudantil, hotel, Central de Línguas e Escola Básica de Ensino (ESEBA).

A proposta contempla ainda a construção de um corredor ecológico interligando as áreas verdes do campus - o rio Uberabinha, o Parque Santa Luzia e o córrego Lagoinha. A valorização dos fluxos de pedestres, ciclistas e transportes coletivos e de espaços de convivência virá por meio da criação do Eixo Central e, em longo prazo, da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

"O projeto do VLT encontra-se em discussão pela administração superior da UFU, por meio da busca de recursos financeiros junto ao governo para sua viabilização", diz Elaine Saraiva Calderari, arquiteta da Diretoria de Infraestrutura da UFU e uma das coordenadoras do projeto urbanístico do novo campus. O percurso norte-sul terá três quilômetros de extensão e será integrado aos terminais e corredores de ônibus pré-existentes na cidade. "A proposta foi tão bem recebida pela comunidade universitária e o governo municipal e federal, que hoje se encontra um grupo de pesquisadores da Universidade elaborando um estudo de viabilidade para implantação do VLT em toda a cidade de Uberlândia", completa.

Canteiro-laboratório
Definido pela Administração Superior da UFU, o Grupo Técnico do Plano Diretor do Campus Glória (GTPD-Glória) conta com a participação de professores e membros da entidade e cerca de 15 estagiários de diversos cursos. Além disso, foi contratada a consultoria do escritório Spadoni e Associados, que possui outros projetos de grande porte como este.

"Entendemos que as universidades devam ser laboratórios que praticam o que ensinam, criando campus onde seu espaço físico torna-se um modelo", explica a arquiteta. Ainda segundo a Elaine, o Ministério da Educação (MEC) corrobora a iniciativa e evidencia para a necessidade da formação de grupos de profissionais da universidade responsáveis por propor soluções, adequações ou alterações no campus.

O grupo dividiu-se em sete frentes de trabalho para facilitar o controle e acompanhamento do planejamento. São elas: gestão ambiental, capacidade hidrológica, recursos renováveis, fluxos de circulação, funções sociais, paisagem urbana e técnicas construtivas.

Campus sustentável
Justamente por ser um empreendimento ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito é que o Campus Glória classifica-se como sustentável. De acordo com a coordenadora do projeto urbanístico, a nova unidade da UFU comporta-se "como um espaço de extensão da cidade, por meio da melhoria na qualidade ambiental, social, cultural e tecnológica na estruturação do espaço urbano".

Foram definidos cinco princípios estratégicos após uma série de pesquisas realizada pela comissão, em que estudaram novos campi universitários implantados no Brasil e no mundo. São eles "a participação popular, a adequação da morfologia urbana, a adaptação da mobilidade e acessibilidade, a inserção da urbanidade e a implantação de uma infraestrutura verde", segundo Calderari.

O GTPD-Glória realizou uma série de workshops, seminários, oficinas e mesas redondas para que fossem discutidas as propostas para o Plano Diretos do Campus Glória. As sessões eram destinadas a todos os interessados nas mudanças, em especial estudantes, professores e profissionais do setor.

As três unidades que já estão sendo construídas são executadas pela Construtora Alcance, vencedora do processo licitatório. A conclusão das obras iniciadas está prevista para janeiro de 2014. Entretanto, todo o projeto deve ser entregue somente em 2030.


Divulgação: UFU
Centro de Ciências Agrárias

Divulgação: UFU
Centro esportivo

Divulgação: UFU
Campo de futebol

Divulgação: UFU
VLT

Divulgação: UFU
Mapa

Veja mais deste projeto na página da universidade!
Veja o folder.
Veja os arquivos do planejamento do campus (PD, estudos etc).

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Mobilidade Sustentável na UTAD

VER ORIGINAL (PG 104)

"Gestão de Estacionamentos

O facto de a UTAD oferecer um vasto parque automóvel sem qualquer tipo restrição ao seu uso confere uma oportunidade de utilização indiscriminada no uso do automóvel, não sentindo os seus usuários qualquer tipo de restrição ou custos na sua utilização.

Deste modo propõe-se a implementação de taxas de estacionamento. Tais impostos deverão ser diferenciados consoante a taxa de ocupação do veículo, de modo a beneficiar os utilizadores do sistema de Carpooling e minorar a procura da sua utilização. Os benefícios monetários deste tipo de medida deverão ser utilizado no melhoramento dos modos suaves e em campanhas de sensibilização.

Campanhas de sensibilização

O desenvolvimento de campanhas de sensibilização da comunidade académica para a problemática da mobilidade sustentável é uma das políticas mais importantes e com maior efeito a longo prazo. Devem ser realizadas campanhas que “choquem” os membros da comunidade académica, incentivando-os e informando-os dos custos económicos, ambientais e sociais que a utilização indiscriminada do automóvel privado acarreta para a sociedade, de forma a consciencializar a comunidade académica da necessidade de realizar mudanças comportamentais para se obter uma mobilidade mais sustentável. Este tipo de campanha deverá também publicitar os diferentes modos alternativos ao transporte individual.

GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE EM CAMPI UNIVERSITÁRIOS: PROBLEMAS DIFICULDADES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

"O conceito de Gerenciamento da Mobilidade busca alternativas de transporte que reduzam os efeitos negativos que este traz à população, estimulando a utilização de formas mais sustentáveis de locomoção como o transporte público, o uso de bicicletas, viagens a pé e a integração entre os diferentes sistemas, utilizando-se menores volumes de recursos financeiros. Em uma cidade, um Campus Universitário se torna um ponto a destacar, ao converter-se num Polo Gerador de Viagens (PGV).

Tanto dentro, quanto fora do Campus, os problemas da Mobilidade são representativos. Poder-se-ia dizer que aqui, a gestão da mobilidade deveria ser um exemplo, principalmente por ser um lugar de formação e educação de pessoas não só no nível acadêmico como também no social."

"
Estratégias mais utilizadas no Gerenciamento da Mobilidade em Campi Universitários:
[...] As estratégias mais usadas no Gerenciamento da Mobilidade de forma geral nos Campi, foram agrupadas nas mesmas cinco macro-categorias, podem se resumir em:

Alternativas ao uso do carro pessoal
- Aumento na oferta de transporte público e melhorias no existente.
- Parcerias com empresas de transporte público para reduzir tarifas das
passagens e para obter descontos comerciais.
- Uso ilimitado das linhas de metrô e ônibus que servem ao campus e aumento
nos serviços de integração.
- Cobrança ou aumento na tarifa de estacionamento para veículos.
- Motivações para o uso da bicicleta: ciclovias, oferecimento gratuito, vestiários
com chuveiros, estacionamentos.
- Melhoria e aumento das áreas de pedestres para incentivar os deslocamentos a
pé quando possível pela localização do campus.
- Programas de segurança para os deslocamentos de bicicleta e a pé e dos
usuários de transporte público.
Estímulo de viagens compartilhadas
- Implementação do sistema de carona carpool, carsharing e vanpool.
- Tarifas subsidiadas de estacionamento para veículos que fazem lotação.
- Estacionamento gratuito para carpool.
Alterações no trabalho
- Cronogramas alternativos nos horários de trabalho e telework para funcionários.
- Trajeto para casa garantido para funcionários.
Medidas de moderação de tráfego
- Controle de velocidade de veículos para garantir segurança a pedestres e
ciclistas.
Conscientização
- Campanhas de educação e motivação dirigidas aos usuários visando incentivar
mudanças comportamentais.
- Campanhas de marketing sobre Mobilidade.
- Campanhas de educação ambiental.
- Integração e coordenação entre estudantes, docentes e empregados para
garantir o sucesso das ações.
"
Fonte: GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE EM CAMPI UNIVERSITÁRIOS: PROBLEMAS E DIFICULDADES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES NO CASO ILHA DO FUNDÃO - UFRJ, Marsela Caipa Parra, Janeiro/2006